domingo, 29 de março de 2015

Interação Virtual

A apropriação de qualquer conteúdo, de acordo com a Teoria da Atividade, só é possível pela mediação de um instrumento. Para que essa mediação possa ocorrer é necessário que os instrumentos sejam conhecidos e dominados pelos sujeitos num bom nível de proficiência. Essa é provavelmente a grande diferença entre a sala de aula tradicional e EAD. Na sala de aula tradicional, os instrumentos já são artefatos culturais amplamente conhecidos do aluno, como é o caso, por exemplo, do livro didático, do dicionário, da gramática e mesmo do gravador de áudio e do aparelho de televisão. Em EAD, onde o instrumento de mediação é basicamente o computador, esse domínio nem sempre está assegurado. Esse é um elemento complicador, pois na medida em que o aluno precisa aprender a usar o computador, o que seria apenas instrumento de mediação passa a ser também conteúdo da aprendizagem. Uma diferença fundamental, portanto, entre a aula presencial e a aula a distância, é o domínio que o aluno já possui dos artefatos típicos da sala de aula e a falta desse domínio em EAD. O que a literatura da área tem destacado sobre relação do aluno com o instrumento, na interação virtual, pode ser resumido em dois pontos: (1) nível de experiência do usuário em relação ao computador e (2) problemas de funcionamento do computador. A falta de experiência no uso do computador pode afetar não só o desempenho do aluno no curso mas também sua atitude em relação à tecnologia; o computador, ao contrário de outros artefatos tradicionais, ainda permite que algumas pessoas optem por não usá-lo. Com o livro, por exemplo, essa opção não existe, já que seria muito estranho que alguém optasse por não aprender a ler. Uma atitude negativa parece estar intimamente associada à falta de competência no uso da máquina e vice-versa. A dificuldade e resistência em usar as novas tecnologias, que caracterizam a EAD, e que normalmente não existem na sala de aula tradicional é, portanto, uma primeira diferença.
Texto de autoria do professor Vilson J. Leffa. Para ter acesso ao texto completo clique em INTERAÇÃO VIRTUAL VERSUS INTERAÇÃO FACE A FACE: O JOGO DE PRESENÇAS E AUSÊNCIAS

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